O dia seguinte

Que toda escolha possui renúncias ou consequências, todo mundo sabe. O problema maior é o dia seguinte de cada ato.
Poucos se importam do que vai acontecer hoje ou daqui a algumas horas de uma decisão, pois é depois que o corpo relaxa e ficamos a sós com nossos pensamentos que o cérebro começa a processar cada informação.
É no dia seguinte que você se dá conta dá burrada que fez na festa anterior, que percebe que não deveria ter estourado o limite do cartão, que aquela mensagem já chegou no celular do seu ex há muito tempo e nem sinal de uma resposta, que você foi demitido e deve passar a racionalizar e que, sim, você acordou mais um dia sozinho naquela casa vazia.
Ninguém sente ressaca assim que bebeu, nenhum local fica roxo assim que bateu e raramente se sente falta assim que perdeu. Voltamos à estaca zero: o problema é o dia seguinte!
As manchas aparecem, a dor de cabeça brota, a falta começa a atormentar, as idéias começam a ficar conturbadas e nasce a maior de todas as dúvidas: Fiz mesmo a coisa certa?
O problema do dia seguinte é que só vamos saber se acertamos ou não depois que ele passa... Mas vale lembrar que depois dele há sempre outro, outro e outro. Sempre há um novo dia após o dia seguinte.
Apesar de tudo, sempre vai amanhecer. Esse processo de planos desfeitos e refeitos o tempo todo faz parte do nosso processo de crescimento para a vida... Só assim saberemos o que vai se tornar concreto no final. 
O que vale a pena ressaltar é onde isso tudo vai levar, é o que isso gerou para edificação própria. 
Que fique o vai nos fazer feliz, que se exploda esse monte de gente que só sabe criticar, que o que doeu sirva para dar aprendizado e que a casa seja sempre limpa para que novas mobílias possam entrar. Porque, apesar de tudo, o dia seguinte sempre pode ser recheado de novos momentos e incríveis oportunidades.

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