Sem sentido
Eu te olhava enquanto tocava nossa música no rádio, você ainda era tudo que eu queria mas não com tanta intensidade.
Nossos sorrisos já não eram os mesmos, nossos olhares não conversavam com o prazer de antes e nossas conversas se tornaram sem rumo e descompassadas. As mãos dadas foram substituídas por um esbarrão ou outro nos ombros, era uma espécie de tentativa dos nossos corpos que ainda queriam algum contato; os beijos deram lugar aos apertos de mão e o fogo do amor que fazíamos nas madrugadas foi substituído pela frieza da indiferença.
Não foi por este homem que me apaixonei há alguns anos, não foi contigo que tive minha primeira noite de amor ou que vivi momentos que me marcaram a fogo. Já não consigo ver em você a chama que me aquecia nas noites de inverno e a brisa que acalmava minha alma nos meus dias de tempestade.
Te olhar me causava aperto no peito. Não encontrei mais o motivo pelo qual te amei ardentemente e sem limites, muito menos de onde saía a inspiração para cada sorriso matinal.
Plantaste e colheste. Talvez não quisesse que forasteiro qualquer tivesse acesso ao mesmo sentimento que um dia te tocou e nos uniu.
O destino te levou sabendo o que estava fazendo, não haveria o mesmo laço se te conhecesse hoje. Não me questiono por isso, te tive perfeito e por inteiro durante cada dia que acordei ao teu lado.
Só queria saber como pode ter sido tão intenso um dia, e hoje já não fazer mais sentido algum.
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