Os chatos
Eles estão por toda parte. No ônibus lotado, na fila do banco, na sala de espera do dentista, do outro lado do telefone e até mesmo no seu sofá num domingo à tarde. E é incrível como são muitos, alguns são desconhecidos mas outros não. Pode ser aquela jovem que só sabe reclamar e que sentou ao seu lado justo no dia em que a ponte engarrafou, aquela senhora que quer contar todos os detalhes da infância enquanto você espera ser chamada pelo médico, ou até mesmo aquela moça que acabara de terminar o casamento e resolve falar das dificuldades da separação justo no dia em que o sol está de lascar mas você está esperando uma amiga no ponto.
Eu passaria o dia descrevendo cada tipo deles, mas nada se compara à aqueles que fazem parte da sua vida e que não há como excluí-los ou simplesmente aumentar o som. É como aquela tia que sempre fala como ela tinha muitos namorados na adolescência e questiona o motivo pelo qual você está solteira; ou o primo do tio do teu pai que te viu da última vez com 6 meses de idade e espalha como era bonitinha andando pelo quintal de calcinha. E o seu ex? É, aquele mesmo. A pedra no teu sapato! O cara era ciumento, preguiçoso, enrolado, beijava mal, tinha uma possessividade fora do comum ou sei lá o quê... Você só se lembra que terminou numa terça à noite e pro tal não voltas nunca mais! Mas ele tá lá: liga, manda sms, deixa recado no facebook, dá um jeito de te encontrar em um aniversário qualquer e a palavra "saudade" nunca sai daquele vocabulário.
O problema é essa sua gentileza mesmo pra tanta balela, menina. Quando soltas um sorriso, mesmo que sem sal, pra pessoa do banco, do consultório ou do ônibus, que abre as portas e permite que o outro deslanche a falar. Você diz "pois é" para sua tia e ela acha que já deixaste tua vida inteira exposta para qualquer fuxico. Em um telefonema respondeste "Tudo bem. E com vc?" , e o rapaz já se acha no direito de controlar até com quem você fica ou deixa de ficar.
Uma dica então, amigos: De chato, já chega o carro do gás que passa todo dia aqui na rua com aquele auto falante. Sou feito passarinho e ao meu lado não há espaço para quem não quer voar comigo. Aqui é assim: ou acrescenta ou pode sair sem se despedir.
Antes só do que mal acompanhado, já dizia o ditado. E só pra deixar bem claro para os chatos de plantão: meus fones de ouvido nunca pediram para ninguém substituí-los.
Comentários
Postar um comentário