Segure firme, ele chegou!



Sim, é medo.
É que raramente as coisas dão certo comigo, sabe. Eu já levei caixote na frente de muitos conhecidos, já quebrei o salto e paguei um mico, nunca ganhei nenhum sorteio, meu cabelo fica horrível em festa de família, já perdi uma grande amiga, minha casquinha de baunilha adora cair no chão e minha meia calça sempre rasga em festa de São João.
Eu não sou lá tão atraente, e tá na cara. Você é loiro e meus olhos são castanhos, você é popular e eu só saio com minhas primas, ainda estou no cursinho e você faz medicina...
Faz tempos que meu telefone toca e eu não atendo. A sua insistência é o que eu não entendo.
Assistia TV num dia qualquer até que um bilhete rolou por debaixo da porta:
"Pessoas especiais se apaixonam por outras banais ou ao contrário, por mim tanto faz. Eu só sei que ninguém nesse mundo é demais para o outro até que haja a tentativa.
Um dia o amor chega e você não tem o que fazer, a não ser deixá-lo entrar. Não é uma brincadeira da vida, muito menos zoação daquela sua vizinha, é um presente do destinho... Porque todos nós merecemos ser felizes.
E eu quero fazer você."
Eu não sabia se sorria ou se te ligava, se chorava ou se raciocinava. Foi então que hoje, só por hoje, eu larguei os meus "e se" e "porquês" trancados numa gaveta no sótão.
E foi porque, junto com aquele bilhete, a felicidade bateu e eu resolvi abrir. Ninguém poderia ser feliz no meu lugar e um amor correspondido, eu acabei de descobrir, não se deixa escapar.

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