Café com rosquinhas (Parte 1)

Os dias estavam cada vez mais lindos e eu, por coincidência ou não, havia conseguido férias no trabalho. Todos aqueles processos e causas estavam me deixando meio cansado e por isso resolvi que iria aproveitar aqueles dias na casa do litoral para sossegar um pouco.
Deixei Jhow com meu irmão - já que ele ama aquele cachorro- arrumei as malas e peguei a estrada. No carro havia  somente o essencial e fiz questão de deixar o notebook em casa pra evitar qualquer tipo de contato, só permaneci com o celular porque Kate poderia ligar para passar o início de suas férias escolares comigo. Essa doce menininha é minha filha do primeiro casamento ( Sim, já fui casado!), mas prefiro pular essa parte.
A casa estava agradável como sempre, é incrível como gosto daquele lugar. Na varanda sentei e permaneci por horas, até que a vista daquele mar azul foi interrompido por uma visão, digamos, espetacular.
Uma morena de cabelos castanhos e com um coque que deixava à mostra a nuca - minha parte preferida- corria pela areia, provavelmente para manter aquele corpo todo em forma.
Resolvi me aproximar. "Mas você não queria sossego?", "E quem resiste a uma bela morena?" - Eu me questionava durante o caminho.
Cheguei, me apresentei como se não conhecesse tão bem a região e a simpatia com que fui tratado era indescritível. ( É esse o problema de mulheres lindas e educadas, você nunca sabe quando estão sendo gentis  ou se estão te dando mole.) Me ofereci para correr com ela e meu pedido foi aceito.
Seu nome era Carolina, 25 anos, professora de Italiano e bailarina e dona de uma voz fascinante.
- E o que vai fazer hoje à noite? - Perguntei.
- Estava querendo terminar de ler um livro que comecei semana passada.
- E será que essa leitura poderia vir acompanhada de um café? Fiquei sabendo que o do Senhor Marques é o melhor da região.
Ela deixou escapar um sorrisinho no canto da boca ao mesmo tempo em que soltava o cabelo. Meus 28 anos de estrada me deram a entender que meu convite foi bem recebido, mas que ainda havia um certo constrangimento em aceitar, e este era confirmado por aqueles minutos de silêncio.
- Pode ser. E vou te levar para provar das melhores rosquinhas da cidade.
Me segurei para não deixar transparecer minha cara de idiota.
A corrida já havia se transformado em uma caminhada gostosa. Nos despedimos e fiquei de encontrá-la às oito na cafeteria.
Estava absurdamente ansioso para provar aquele café com rosquinhas...

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