Olhe para dentro
Olhando pela janela ela procurava sinais do que poderia trazer inspiração. Procurou alegria no céu, sorriso nas flores do jardim e até o calor do sol, mas o dia estava nublado e chuvoso. Estava tudo cinzento e desejava ansiosamente pela alegria do verão.
Era um dia comum para escrever e os dedos já não deslizavam com tanta facilidade pela máquina. Já havia escrito sobre amor, choro, lágrimas, tristeza, música, crianças no parque e toda uma sorte de coisas cotidianas mas que ela sempre enxergou um "quê" a mais. O problema foi que olhar para fora perdeu o encanto, não a permitia sentir ou deixar de sentir. As palavras que costumavam brotar como água da fonte, se tornaram escassas em seu peito com todo aquele sentimento.
Sentiu-se um nada naquele mundo todo. Mas foi diante do silêncio do mundo que despertou e notou que o mais importante deixara escapar: Toda a felicidade que procurava para inspirá-la era alheia e por isso não era inacabável. A mais valiosa estava escondida o tempo todo ali, esperando para ser explorada, esta a pertencia e era tão irradiante quanto o nascer do sol pela manhã... Era a que vivia junto ao coração.
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