Com você, tinha.



Um dia,quem sabe, a gente se esbarra naquele nosso restaurante preferido e você se oferece novamente para me deixar em casa. A gente se beija, se toca, se abraça forte, redescobre a doçura do cheiro do outro, perde o medo de apreciar o tom dos olhos castanhos e passa a ver o coração, assim, bem de perto.
É que eu já planejei inúmeras vezes e não chega o tal momento certo. Chega o talvez, o espere, o duvidoso, mas nunca o certo. Acho que ele se perdeu no caminho errado.
Você é como brisa e eu sou as folhas de uma floresta antiga. E aqui, meu bem, é sempre outono, as flores  e folhas vão para onde os ventos mostrarem o caminho. 
Canso. Evito contato, faço mudança nas próximas estações.
- É só um sentimento, se lembra? - Dizia mamãe.
Não, não é. Tem todo um mistério, toda uma ansiedade em ver, todo um conforto em abraçar. Só parece a mesma  coisa.
Com você, tem mistério. Você me explicou companheirismo. Me explicou amor.
Com você, tinha amor.


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