Sem ao menos dizer 'adeus'


O sono pesou e só dei-me conta alguns instantes depois.
Corri, vesti qualquer peça do armário, larguei o copo com o café da manhã sobre a pia e peguei a primeira condução que apareceu.
Contei os minutos, segundos, cada metro percorrido nunca foi tão prolongado.
Pensei em ti, pensei em mim, pensei em nós.
Cheguei. Te procurei. Não encontrei.
Na tentativa de atravessar as ruas daquele lugar que parecia não ter fim, deparei-me com sua possível localização.
Você partia. E meu coração ruía à medida que te perdia do meu campo de visão.
Restaram-me as lágrimas que desciam incessantemente. Eram estas que aqueciam o meu coração de todo esse frio que deixaste aqui, acompanhadas daquele pedacinho de papel, onde me recordo como se fosse ontem, do seu sorriso de menino escrevendo meu nome infinitas vezes.
Se choro, é porque nem todo esse amor conseguiu conter a saudade que explodia dentro do meu peito e não teve a chance de dizer pelo menos 'adeus'. Mas tente não se preocupar, ficarei bem.
- Só não demore, meu querido. Vem, volta logo, de Volta. E não esqueça de trazer consigo este pedaço do meu coração, aquele que sempre levas quando vai para longe de mim.

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