Sem meio termo

Gosto de pessoas como gosto de bebidas. Quentes ou frias, o morno me enjoa.
Bebidas quentes são boas no inverno, te aquecem. As geladas são excelentes para os dias  de verão onde é necessário refrescar-se. Mas e as mornas? Essas nem esquentam e nem esfriam, ficam ali, no meio termo.
Gente assim nem me irrita, mas me faz querer uma distância cada vez maior. Tem dias que você é a princesa do reino mas em outros é atingida por palavras brutas ou por uma indiferença sem tamanho.
Não gosto de meio termo, por isso não suporto essa coisa de ser morno. Ou me trata bem e fica pra sempre na minha vida ou pode sumir sem pedir licença. Quem faz bem, merece ficar; quem pouco acrescenta, já passou da hora de se retirar.
Quero sorrisos sinceros, abraços acolhedores e companhias verdadeiras. Se não me quiser bem, não precisa ficar, só não seja morno. Gente morna não serve pra nada, não te esquenta e nem te refresca.
Poucas coisas me irritam tanto como é estar ao lado de uma pessoa e em um dia ser recebida com beijos e abraços e, no outro, com pedra e descaso.
Aprecio quem tem caráter: aquele que é quente ou frio. Tem personalidade suficiente pra te fazer sentir bem e permanecer ao seu lado ou atitudes firmes para demonstrar que não quer ficar por perto.
Gente quente ou fria sabe ousar, arriscar, fazer o que dá na telha para não deixar momentos e pessoas boas passarem por não colocarem em prática quem realmente são.
Então, no inverno ou no verão, eis aí o que me fascina: quem realmente sabe o que quer e não vive a vida em cima do muro, sendo morno com tudo e com todos.

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