Olá, dezenove!

E hoje, como há 19 anos, acordei recheada de atenção. São inúmeros beijos, abraços, votos de felicidade e de muito sucesso, ligações, mensagens, presentes inesperados, amigos de tantos anos reaparecendo, vovó e vovô dizendo "a nossa menininha ta crescendo"...
Eu não voltaria atrás para refazer nenhum passo, para apagar nenhuma lembrança ou começar alguma jornada de forma diferente.
Ainda me lembro das medalhinhas de melhor aluna que ganhei no colegial, dos tombos quando descia correndo a rampa para o recreio, das vezes que levei um milhão de chutes porque passava correndo (sempre distraída) em frente ao balanço, da minha primeira bicicleta, da primeira vez que saí sozinha, do primeiro beijo, das brigas com minha irmã mais nova pra saber de quem ia ser o carrinho da Barbie, da minha felicidade ao ver um presente debaixo da árvore de Natal, de ver papai chegando depois de um dia de trabalho exausto e ainda assim me levar pra tomar um sorvete, da primeira viagem sozinha...
Porém algumas memórias mais recentes me dão a percepção de que tudo na vida passa mas, quando tiramos o melhor proveito disso, elas tratam de fazer cada momento eterno bem aqui, dentro de nós. 
Não tem como esquecer as incontáveis noites sem dormir da época do vestibular, os amigos que ganhei naqueles dias de luta ou o mar de lágrimas que derramei por cada uma das três suadas aprovações para Engenharia. As incríveis histórias das viagens de férias, os dias de compras com minha mãe, a volta para casa depois de uma noite de diversão e com uma listagem enorme de fofocas para o dia seguinte, as noites do pijama ou uma simples tarde estudando e comendo bolo de chocolate com as amigas ainda traz aquele sorriso no canto da boca. Aquele andar na praia, uma viagem, um sorvete no shopping ou uma tarde repleta de risadas com o grande amigo também não esconde o frescor no coração ao saber que a vida lhe proporciona pessoas que lhe intensificam a cada dia.
Sem esquecer de como é gostoso estar com as amigas de infância, aquelas que lembram de você andando de calcinha no quintal e com aquele cabelo todo trançadinho pra mamãe não ter trabalho no dia seguinte. Assim como as amigas de escola... é incrível como elas conseguem lembrar daqueles seus micos mais horrendos e das suas paixõezinhas do ensino médio. 
E ainda há os amigos da faculdade, a diversão, a troca de conhecimento, o prazer de fazer o que se gosta, a experiência de morar com suas companheiras de turma e provar como é difícil manter um orçamento (agora eu entendo porque mamãe sempre controlou meus cartões de crédito), as histórias que vou contar para os meus filhos e as incontáveis noites sem dormir estudando (já que algumas coisas nunca mudam).
Porém a vida não vem só de alegrias, então a dor de perder uma grande amiga ainda se faz presente ao olhar para uma foto nossa ou ao se aproximar do dia em que completa mais um mês de quando ela foi morar com Deus. Assim como nem todos os sonhos e desejos puderam ser realizados até aqui devido as circunstâncias da vida.
Mas como há muito mais a agradecer do que há pedir, há muito mais para se alegrar do que para chorar.
Ontem, eu corria na rua, estudava em véspera de prova e tirava 10, me sujava tomando sorvete, tinha alguns amiguinhos pra andar de bicicleta e pra brincar de bandeirinha.
Hoje, eu estudo em uma das melhores universidades federais do meu país, faço um curso que me faz extremamente feliz, conquistei e fui conquistada por amigos que foram enviados por Deus pra minha vida, tenho amor, saúde e uma família que é a melhor do mundo inteiro!
Então, Deus, obrigada por mais um ano de vida. Obrigada por cada dor, cada alegria, cada marca que me tornou quem sou hoje. Que esta vontade de ir em frente jamais desapareça e pode mandar mais dezenas e dezenas de anos, até mais uma centena se quiser, vou vivê-los com toda intensidade que vivi os outros e aproveitá-los da melhor forma possível, porque cada dia que se passa, é sim o melhor dia da minha vida!

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